

A literatura é uma arte predominantemente temporal. Dois tempos, pelo menos, estarão interligados na obra literária de caráter épico ou narrativo, uma vez que a narrativa possui três planos:
o da história, do ponto de vista do conteúdo, o do discurso,
do ponto de vista da forma de expressão,
e o da narração, do ponto de vista do ato de narrar;
O tempo dentro de uma narrativa pode ser considerada:
Tempo cronológico ou tempo da história - determinado pela sucessão cronológica dos acontecimentos narrados.

Tempo histórico - refere-se à época ou momento histórico em que a acção se desenrola.
Tempo psicológico - é um tempo subjectivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em consonância com o seu estado de espírito.
Tempo do discurso - resulta do tratamento ou elaboração do tempo da história pelo narrador. Este pode escolher narrar os acontecimentos:
o por ordem linear
o com alteração da ordem temporal (anacronia), recorrendo à analepse (recuo a acontecimentos passados) ou à prolepse (antecipação de acontecimentos futuros);
o ao ritmo dos acontecimentos (isocronia), como, por exemplo, na cena dialogada;
o a um ritmo diferente (anisocronia), recorrendo ao resumo ou sumário (condensação dos acontecimentos), à elipse (omissão de acontecimentos) e à pausa (interrupção da história para dar lugar a descrições ou divagações).
Tempo cronológico: dentro da narrativa, o tempo cronológico é marcado em dias, horas, séculos, semanas, meses, etc., por exemplo: Ontem fui ao cinema ( a palavra ontem indica tempo -cronológico)
Tempo psicológico: é o tempo que está dentro do pensamento do personagem e não tem como ser medido. Por exemplo, quando lemos uma narrativa onde o personagem lembra de sua infância, o tempo usado foi o psicológico.
Relevo das personagens•
Protagonista, personagem principal ou herói: desempenha um papel central, a sua actuação é fundamental para o desenvolvimento da acção.
• Personagem secundária: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o desenrolar da acção.
• Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da acção, cabendo-lhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.
Composição


• Personagem modelada ou redonda ou esférica: dinâmica, dotada de densidade psicológica, capaz de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de evoluir ao longo da narrativa.
• Personagem plana ou desenhada: estática, sem evolução, sem grande vida interior; por outras palavras: a personagem plana comporta-se da mesma forma previsível ao longo de toda a narrativa.
• Personagem-tipo: representa um grupo profissional ou social.
• Personagem colectiva: Representa um grupo de indivíduos que age como se os animasse uma só vontade.
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