quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CURIOSIDADES DO JORGE

A MANHÃ DOS MARÍTIMOS por Cláudia Sampaio Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a lua é mais bela? O mar é instável. Como ele é a vida dos homens dos saveiros (Mar morto, 1936). Instável como a vida de todos nós, sempre a surpreender com o inesperado, lugar mítico, tema poético de dimensões oceânicas, “mistério que nem os velhos marinheiros entendem”. “Doce amigo”, mas também dono das que oculta o corpo do amado, docemente levado pelas ondas até a Terra de Aiocá: o mar de Jorge Amado é signo da vida e do amor. Os velhos marinheiros, donos de saveiros e malandros que povoam os portos do Recôncavo Baiano, onde se passa a história de Guma e Lívia, é o “povo de Iemanjá que tem muito o que contar”. Tendo a morte sempre por perto, eles se entregam de corpo e alma às belas noites de Lua cheia e enfrentam a angústia das tempestades. Mas os homens do mar têm sonhos de vida: viajar sobre as ondas, ter um saveiro seu, beber no Farol das Estrelas, fazer um filho que seguisse seu destino e ir um dia com Iemanjá. Bem que canta uma voz no cais nas noites mais belas: É doce morrer no mar…

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